"Eu existo, por isso faço graffiti". Em poucas e simples palavras o writer Bamby, ou Hélder José, explicou o que representa para ele a arte do graffiti, que "dirige" a sua "forma de viver há 19 anos". É uma forma de estar em sociedade, de "dizermos que estamos presentes".
Considera-se um cosmopolita. Nasceu na Alemanha, viveu por toda a Europa e, agora, está em Portimão, a "Nova Iorque do Algarve", "onde tudo está agora a acontecer".
Como qualquer adolescente, aprendeu a pintar "com os amigos e ilegalmente, nas ruas e becos". Uma aprendizagem que vai evoluindo, "vamos tomando conhecimento do que se pode ou não fazer, bom senso e respeito pelos outros".
Esta arte urbana, que nasceu há já 30 anos, nos Estados Unidos da América, é a sua "forma de ler a cidade", de "deixar a nossa marca neste mundo".
Mundo esse que tem evoluído, bem como esta forma de expressão artística. Se até há pouco tempo era encarada como marginal e associada à delinquência, o certo é que "o graffiti já entrou há muito tempo para as galerias e já existe muito dinheiro envolvido", afirmou Bamby, dando o exemplo do writer britânico Banksy, que "é considerado o artista que mais rapidamente subiu ao estrelato".
Mas não é só no reconhecimento do graffiti, enquanto arte, que aconteceram evoluções. Também agora "a publicidade copia o graffiti", sublinha Bamby. São cada vez mais as marcas, como a Eastpack, Nike, Adidas ou Renault, que querem transmitir valores como irreverência, liberdade e espírito urbano através do graffiti.
Bamby, designer de publicidade, é dos poucos writers que vivem profissionalmente da sua arte. Já não pinta só paredes, pinta de tudo um pouco.
"Pedem-me para fazer de tudo, desde o nome dos filhotes em graffiti, quartos, locais de festas para crianças, também bares, discotecas, telas, seja o que for", explicou.
Fonte: Jornal Barlavento
16.4.08
Graffiti: a arte de rua que expressa o sentimento de ser
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